Um fato é que na computação tudo muda a todo instante e mudanças sempre devem ser analisadas e estudadas antes de termos uma opinião.
Eu já odiei systemd pois não tinha parado para estudar e sempre tentava fazer as coisas utilizando o SysV Init e pensava que tudo ia funcionar, porém OS DOIS SÃO MUITO DIFERENTES! Não adianta ficar com raiva do systemd, basta entender que ele é uma outra coisa e que ele não é o SysV Init ai você começará a gostar dele :D.
Quando estudei para a minha primeira certificação LPI as distribuições GNU/Linux como um todo usavam o padrão de inicialização do sistema SysV Init, hoje isso mudou e a maioria das distribuições usam o padrão systemd.
Qual a diferença?
Em termos técnicos de baixo nível eu não sei a diferença por que nunca parei para estudar profundamente isso (se alguém quiser rolar um papo a gente conversa nos comments abaixo do post), mas no nível superficial o que mudou foi:
- Arquivos de configuração;
- Comandos.
Achei umas referências bacanas nestes links para quem quiser se aprofundar mais o assunto:
Como criar um serviço?
A um tempinho atrás precisei criar um serviço para o tsurud que é o daemon (se não sabe o que é daemon clica neste link) do Tsuru PaaS pois quando fui subir o PaaS ele não iniciava esse processo sozinho e não achei isso muito legal. Para criar o serviço eu comecei criando o arquivo tsuru-server-api.service da seguinte forma:
# vim /etc/systemd/system/tsuru-server-api.service
[Unit]
Description=Tsuru (tsuru-server-api)
After=network.target
Requires=mongod.service redis.service
Documentation=https://tsuru.io/
[Service]
Type=simple
ExecStart=/usr/bin/tsurud api --config=/etc/tsuru/tsuru.conf
PIDFile=/var/run/tsuru-server-api.pid
Restart=always
User=tsuru
Group=tsuru
[Install]
WantedBy=default.target
Cada serviço é atrelado a uma Unit do systemd. Dito isso vamos a explicação.
Explicando:
- Unit: Define metadados sobre a Unit;
- Description: Apenas uma descrição da sua Unit;
- After: Diz que este serviço só subirá depois que subir network.target, pois é um serviço que precisa de rede funcionando;
- Requires: Diz que se mongod.service ou redis.service falhar esse serviço também irá falhar, e ficará parado (não será iniciado);
- Documentation: Uma url de documentação para o serviço;
- Service: Define o serviço daquela unit;
- Type: O tipo simple faz com que systemd considere que o serviço deve ser iniciado imediatamente (mais opções aqui)
- ExecStart: Comando que deve iniciar o daemon em questão;
- PIDFile: Arquivo que armazenará o PID (não sabe o que é PID clique aqui) do processo;
- Restart: Seguir a tabelinha contida aqui para entender melhor essa configuração.
- User: Usuário dono do processo;
- Group: Grupo dono do processo;
- Install: Esta seção é opcional e é usada para definir o comportamento de uma unit;
- WantedBy: Especifica como a unit deve ser habilitada, no caso está configurada da maneira default pelo valor default.target.
Preferi colocar esse exemplo mais realista para vocês entenderem melhor, porém qualquer serviço pode ser criado baseado neste do Tsuru que eu criei, basta trocar os valores das configurações.
Comandos
Depois de criar a sua unit com o seu service basta fazer reload do daemon do systemd para ele conseguir "enxergar" esse novo service:
systemctl daemon-reload
Outros comandos úteis:
# iniciar um service
systemctl start <service>
# ver status do service
systemctl status <service>
# parar um service
systemctl stop <service>
# listar dependências de um service
systemctl list-dependencies tsuru-server-api
# re-habilitar uma unit que foi modificada
systemctl reenable <service>
# visualizar todos os services do sistema
systemctl -a
Últimas referências:
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